Para contribuir com pessoas e organizações, criamos um modelo para o controle do estresse com base na neurociência
O excesso de estresse te deixa menos saudável, menos produtivo e ainda atrapalha sua capacidade cognitiva
Todo mundo sabe que o estresse é capaz de fazer muito mal à nossa saúde. Mas você sabia que o estresse já começa a impactar negativamente nossa rotina muito antes dos problemas de saúde (gastrite, pressão alta, infecções recorrentes, etc) aparecerem?
Uma alta carga de estresse é capaz de trazer algumas mudanças importantes no nosso dia a dia de forma quase silenciosa, como um cansaço excessivo, a necessidade de comer alimentos mais gordurosos ou açucarados, o maior consumo de bebidas alcoólicas, dentre outros comportamentos que acabam tornando difícil a adoção de hábitos de vida mais saudáveis.
Esse ciclo vicioso provocado pelo estresse, por si só, já seria bastante danoso para nossa qualidade de vida, mas a resposta ao estresse recorrente ou continuado, pode ser ainda pior. A liberação do cortisol, conhecido como hormônio do estresse, traz ainda impactos diretos sobre o cérebro, diminuindo a nossa habilidade de planejamento, aumentando nossa impulsividade e reduzindo a eficiência de uma das nossas habilidades mais distintas como seres humanos, a capacidade de tomar boas decisões. É isso mesmo! O excesso de estresse te deixa menos saudável, menos produtivo e ainda atrapalha sua capacidade cognitiva.
Segundo dados da Previdência Social, os transtornos mentais e emocionais associados ao estresse são atualmente a segunda causa de afastamento médico dos trabalhadores no Brasil. Nos últimos anos a concessão de auxílio-doença devido a transtornos emocionais cresceu quase 20 vezes e, é comum que os trabalhadores passem mais de 100 dias longe de suas funções, tornando o controle do estresse um dos principais alvos das empresas que se preocupam com um ambiente saudável e produtivo.
Para nós da Nemesis, o estresse é uma das bases emocionais mais importantes que precisam ser trabalhadas dentro das organizações, justamente por impactar diretamente aspectos chave das empresas como a saúde e qualidade de vida do colaborador, liderança, comunicação interna, tomada de decisão e a gestão da mudança. Por isso, decidimos dar algumas dicas de como controlar a resposta ao estresse e se tornar mais resiliente!
Há mais de 15 anos desenvolvemos pesquisas para entender a resposta ao estresse em diferentes grupos e contextos, e depois de um longo período estudando esse fenômeno, decidimos contribuir para que pessoas e organizações pudessem desenvolver uma maior capacidade de lidar com o estresse. Com base na neurociência, criamos um modelo para controle do estresse pautado em três pilares emocionais fundamentais para o aumento da resiliência, são eles: Suporte Social, Relaxamento e Elaboração.
Suporte social: Para nós é fundamental viver em grupo, mas não estamos falando aqui do total de amigos que se tem nas redes sociais. Por sermos animais sociais, precisamos estar perto de pessoas que sabemos que podemos contar. Ter uma rede de apoio emocional é uma das formas mais eficientes de reduzir a resposta ao estresse. Estudos mostraram que ter um amigo ao seu lado durante uma situação estressante é capaz de reduzir significativamente a resposta do hormônio cortisol, mostrando que um bom amigo pode fazer muito bem para sua saúde. Por isso, não deixe para depois os encontros de família e as saídas com os amigos, mantenha na sua agenda um horário cativo para aqueles que representam a sua rede de afeto!
Relaxamento: A resposta ao estresse é marcada por uma ativação do Sistema Nervoso Simpático (SNS), que comumente provoca respostas como a aceleração dos batimentos cardíacos, respirações cada vez mais curtas e superficiais, dentre outras. Com o tempo, esta ativação recorrente gera um desgaste no organismo e para contrapor estes efeitos é comum a recomendação de atividades que promovam o relaxamento, como exercícios de respiração, alongamento e a prática de meditação. Estas atividades são consideradas alternativas estratégicas no combate ao estresse, justamente por serem capazes de provocar a ativação de um segundo sistema, o Sistema Nervoso Parassimpático (SNP). O SNP é capaz de gerar ativações muitas vezes antagônicas ao SNS e por isso oferece uma arma potente para o controle da resposta ao estresse.
Elaboração: A elaboração permite tornar consciente processos e sentimentos que muitas vezes estão associados à resposta ao estresse, permitindo que haja um maior autoconhecimento e com isso o desenvolvimento de estratégias mais eficientes de regulação da resposta ao estresse. A elaboração pode ser feita de várias formas, como a criação de um diário ou um bate papo com amigos, porém, o mais importante neste processo é que se possa escutar (falando em voz alta) ou ler suas próprias ideias, sentimentos e experiências. Ao identificar de maneira mais eficiente as situações e gatilhos que deflagram a resposta ao estresse, somos mais eficientes em buscar estratégias para lidar com estas questões.
Em conjunto, a aplicação recorrente desses três pilares é capaz de aumentar significativamente nossa resiliência ao estresse. É importante destacar que não há uma receita infalível que atenda a todos, mas que existem muitas maneiras de se vivenciar o suporte social, o relaxamento e o processo de elaboração, oferecendo a cada um diferentes possibilidades na hora de viver uma vida mais equilibrada, dentro e fora do trabalho.
Agora que você já descobriu dicas importantes de como equilibrar o estresse do dia-a-dia, que tal pensar como colocá-las em prática para tornar sua vida cada vez mais saudável e produtiva?
Um abraço e até logo =)
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