Não se trata de ignorar nossas emoções, mas sim ter autocontrole no trabalho para obter uma melhor performance em condições estressantes.
Entender o funcionamento do cérebro ajuda a desenvolver o autocontrole no trabalho
Momentos de perda do autocontrole são muito mais frequentes em nossa rotina do que imaginamos. Não paramos muito para avaliar nossas atitudes, e uma vez que tomamos uma decisão e reagimos a um determinado contexto, comumente tentamos dar explicações “racionais”, também conhecidas como desculpas, para os nossos atos.
Todos nós já vivemos alguma situação no trabalho (e na vida pessoal também) que nos tirou do sério. Aquele momento em que você fala e age de forma impulsiva, porque ficou tão envolvido emocionalmente na situação, que não conseguiu pensar de forma clara e calma, para escolher a melhor maneira de reagir. Trata-se da perda do autocontrole, nossa capacidade de conter reações e emoções fortes, frequentemente negativas e disruptivas. Não se trata de suprimir ou ignorar nossas emoções, mas sim mantê-las sobre nosso controle, a fim de obter uma melhor performance em condições estressantes ou mesmo hostis.
Momentos de perda do autocontrole são muito mais frequentes em nossa rotina do que imaginamos. Não paramos muito para avaliar nossas atitudes, e uma vez que tomamos uma decisão e reagimos a um determinado contexto, comumente tentamos dar explicações “racionais”, também conhecidas como desculpas, para os nossos atos.
Acontece que estes rompantes podem ser muito tóxicos no ambiente de trabalho, seja você um membro da equipe, ou mesmo, e principalmente, o gestor e líder do grupo.
Veja 3 importantes razões para se preocupar com o seu autocontrole e o da sua equipe:
O autocontrole é um importante preditor de sucesso
Um famoso estudo conduzido pelo psicólogo Walter Mischel nas décadas de 60 e 70, com dezenas de crianças, mostrou que o autocontrole durante a infância era um importante fator de predição para o sucesso na vida adulta. A partir de um experimento hoje conhecido como Teste do Marshmallow, crianças na faixa de 4 anos de idade eram expostas ao seguinte desafio: ganhavam um marshmallow e tinham a opção de comê-lo imediatamente, mas caso esperassem para comer depois de alguns minutos, ganhavam um segundo marshmallow. Aquelas crianças que esperavam, com o objetivo de ganhar duas unidades da guloseima, eram consideradas com maior autocontrole. O resultado deste teste foi capaz de predizer variáveis de sucesso desses indivíduos na vida adulta, medido a partir de diferentes parâmetros como saúde física e mental, abuso de drogas, desempenho acadêmico e sucesso financeiro. Este e outros estudos já demonstraram que o autocontrole é uma característica fundamental para aqueles que desejam ser bem-sucedidos nos mais diversos aspectos da vida pessoal e profissional.
A falta de autocontrole contribui para um ambiente tóxico de trabalho
Agir de maneira impulsiva diante de desafios e problemas que aparecem na rotina do trabalho certamente podem contribuir para a geração de conflitos e desavenças entre os membros da equipe, ou mesmo entre o gestor e seus liderados. Alguns estudos mostram que os colaboradores são extremamente sensíveis ao humor de seus líderes e que lembram de forma mais vívida situações na qual a interação com o chefe foi negativa. De maneira geral, as experiências negativas são armazenadas no nosso cérebro de forma privilegiada em relação as experiências positivas, ou seja, temos uma sensibilidade maior a estímulos que representam ameaça. A motivação, engajamento e satisfação do colaborador em fazer determinada tarefa após uma interação desagradável com outros membros do time será menor e, consequentemente, a qualidade do trabalho também. Por fim, os conflitos entre os membros da equipe acabam por minar os laços afetivos e as relações de confiança, gerando um clima de tensão e de baixa colaboração, que aumentam o estresse e acabam com a produtividade. O exercício do autocontrole pode impedir toda esta cascata que culmina em uma cultura tóxica para a empresa.
O baixo autocontrole diminui nossa capacidade de resolução de problemas
Por último, mas não menos importante: o baixo autocontrole é um sinal de que não estamos lidando bem com os desafios da nossa rotina. Ao reagir de maneira impulsiva, sendo tomados por emoções negativas que não conseguimos controlar, frequentemente ficamos ainda mais estressados e frustrados. A pesquisa em neurociência cognitiva tem mostrado que quanto mais estressado fica nosso cérebro, pior é nossa capacidade de analisar a situação de maneira profunda, perdemos o foco e nossa habilidade de tomar decisões fica prejudicada. Este, portanto, é o cenário ideal para uma baixa capacidade de solução de problemas, baixo potencial criativo e maior propensão a erros.
Acredito que você ficou convencido de que o autocontrole é uma característica que vale a pena ser trabalhada, individualmente e em grupo. Entender o funcionamento do nosso cérebro pode contribuir e muito para aprimorar e desenvolver esta habilidade. Caso precisar de ajuda neste processo, entre em contato com a gente 😉
Um abraço e até o próximo post!