Muitas empresas apostam nesta técnica para potencializar a produtividade da equipe.
Há comprovação científica de que a Atenção Plena (Mindfulness) é realmente benéfica?
A questão é que realmente a ciência vem mostrando que a prática da Atenção Plena (Mindfulness) pode trazer diversas contribuições para o indivíduo, desde uma melhor qualidade de vida associada a redução nos níveis de ansiedade e estresse, até uma efetiva melhora na produtividade e entrega do trabalho.
Você certamente já ouviu falar, conhece alguém que pratica ou leu alguma matéria a respeito dos benefícios da prática da Atenção Plena (Mindfulness) - um tipo de meditação - para a saúde e desempenho profissional, estou certa? Hoje em dia já existem inclusive inúmeras empresas que estão apostando nesta técnica para potencializar a produtividade da equipe. Entram nesta lista gigantes como Google, Facebook, IBM, Vivo, Mead Johnson Nutrition e várias outras. Mas a pergunta que muitos estão fazendo atualmente é se, de fato, existe alguma comprovação científica de que a prática da Atenção Pena (Mindfulness) é realmente benéfica ou trata-se apenas de um modismo.
Primeiramente, vamos a algumas definições. O mindfulness pode ser definido como um estado mental de consciência e atenção plena no momento presente, ou seja, no que está acontecendo agora. Com a prática do mindfulness o indivíduo aprende a trabalhar sua concentração e foco, exercitando o chamado estado de “atenção plena”. Esta prática é considerada por muitos especialistas como sendo um tipo de meditação, embora possam existir outras formas de meditação diferentes do mindfulness.
A questão é que realmente a ciência vem mostrando que a prática do mindfulness pode trazer diversas contribuições para o indivíduo, desde uma melhor qualidade de vida associada a redução nos níveis de ansiedade e estresse, até uma efetiva melhora na produtividade e entrega do trabalho.
A neurocientista Sara Lazar, do Massachusetts General Hospital e da Harvard Medical School, vem se dedicando nos últimos anos ao estudo dos efeitos diretos da meditação no cérebro. Os resultados de suas pesquisas são realmente impressionantes. Em um de seus trabalhos, a prática do mindfulness mostrou ser capaz de aumentar o número de células presente em regiões cerebrais tais como a ínsula, o córtex auditivo e o córtex sensorial. Estes resultados são coerentes, uma vez que a técnica exige uma maior concentração em aspectos como a própria respiração, sons do ambiente e na experiência sensorial do momento, fazendo com que os sentidos sejam ampliados. O estudo também mostrou um aumento no volume de massa cinzenta no córtex pré-frontal, região do cérebro bastante associada com nossa memória de trabalho, capacidade de planejamento, tomada de decisão e solução de problemas.
Em um segundo estudo mais recente, Sara e sua equipe encontraram resultados ainda mais interessantes. A prática do mindfulness por apenas 8 semanas consecutivas, em indivíduos que nunca haviam praticado a técnica, provocou mudanças estruturais no cérebro dos participantes em ao menos quatro regiões:
Giro cingulado posterior, área relacionada a processos de autoconhecimento, regulação emocional e lembranças autobiográficas;
Hipocampo: área associada com processos de memorização, aprendizagem e regulação emocional;
Junção temporoparietal (JTP): área relacionada com processos de empatia e tomada de decisão;
Amígdala: área relacionada com respostas de medo, ansiedade e estresse. Esta região apresentou diminuição nos participantes que praticaram a meditação.
Os resultados desse estudo e de outras pesquisas vêm comprovando o que as empresas que têm investido nesta técnica já notaram na prática: com o mindfulness a pessoa aprende a lidar com o estresse, tornando-a menos ansiosa e mais criativa. O cérebro aprende a trabalhar de forma mais focada e se torna mais resistente às distrações. Consequentemente, há um ganho de produtividade, com menor desperdício de tempo, além de um melhor relacionamento entre os colaboradores e uma melhor tomada de decisão.
De fato, os resultados parecem ser benéficos para a maioria das pessoas. Mas calma, nada de acreditar que a meditação vai resolver todos os problemas do colaborador ou da empresa. Os especialistas alertam que a prática deve ser utilizada de maneira complementar, como uma ferramenta auxiliar no combate aos efeitos negativos do estresse no ambiente de trabalho. Cuidados com as estratégias de liderança, cultura e clima organizacional continuam sendo fundamentais.
Acesse aqui a entrevista completa da neurocientista Sara Lazar, publicada no Washington Post.
Fique por dentro dessa e de outras informações preciosas que a Neurociência traz para melhorar a produtividade e a saúde das empresas e de seus colaboradores. Continue com a Nêmesis! =)
Um abraço e até o próximo post!
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