É preciso manter condições propícias para sustentar a qualidade dos ambientes de trabalho.
Como ser uma liderança facilitadora, compreendendo as necessidades dos colaboradores?
Em condições adversas, potencializadas pela crise ambiental e em função da Pandemia, a Liderança Regenerativa surge como alternativa para conciliar interesses organizacionais e pessoais.
Você já ouviu falar em Liderança Regenerativa? Trata-se de um conceito recente, trazido pelos autores Giles Hutchins e Laura Storm, em seu livro Regenerative Leadership: The DNA of life-affirming 21st century organizations, publicado em 2019. Quando me deparei com o tema no início de 2020, antes ainda de sermos acometidos aqui no Brasil pela Pandemia da COVID-19, pensei no quanto ele estava alinhado a maneira como trabalhamos o desenvolvimento das lideranças em conjunto com nossos clientes, trazendo um olhar mais abrangente sobre nosso comportamento e necessidades básicas enquanto seres humanos.
O conceito chave da liderança regenerativa reside na ideia de que para termos melhores resultados em termos de performance e qualidade do trabalho desenvolvido pelas pessoas, precisamos oferecer mais a elas do que simplesmente extrair. A analogia vem do campo da agricultura, no qual para termos uma safra de qualidade, precisamos cuidar do solo, deixá-lo descansar e nutri-lo com uma série de substratos para que possa dar frutos de qualidade. Na agricultura (e na natureza em geral, incluindo nós humanos) dificilmente temos sucesso em modelos de plantio que visam extrair o máximo do solo. Em pouco tempo, há um desgaste severo que acaba por inutilizar e empobrecer a qualidade do que se cultiva ali.
E, com a liderança, não é diferente. Quando olhamos aquelas empresas cujos modelos de gestão ainda permanecem com o mindset da extração, no qual procura-se extrair o máximo de suas equipes em busca dos resultados como principal foco, frequentemente notamos dificuldades importantes na manutenção e sustentabilidade dessa capacidade produtiva. As pessoas, assim como o solo, também se esgotam. É comum encontrarmos indicadores desse fenômeno, como alto turnover, Burnout, queda de performance, conflitos, baixa qualidade das entregas, desengajamento e insatisfação com o trabalho.
A liderança regenerativa, por outro lado, busca um olhar mais realista, natural e humano para as pessoas. São elas que produzem os resultados e metas almejadas por qualquer organização e assim como na natureza, precisamos nutri-las para que possam oferecer aquilo que tem de melhor. Nesse sentido, precisamos pouco a pouco abandonar a lógica da extração e migrar para a lógica da regeneração, oferecendo aos colaboradores aquilo que necessitam para reporem suas energias e seguirem produtivos de maneira estável e saudável.
Embora tenha me deparado com o tema há mais de um ano, recentemente estive refletindo no quanto precisamos de mais lideranças regenerativas agora, mais do que nunca. A Pandemia antecipou desafios e criou novas dores em nossa rotina de trabalho. Percebemos, no dia a dia e nas pesquisas ao redor do mundo, dados alarmantes sobre a saúde emocional das pessoas e como tem sido difícil lidar com todas as mudanças que passamos a enfrentar de forma repentina. Por diversos fatores, muitos já estão esgotados. Em momentos de crise e estresse como o que vivenciamos, a liderança tem um papel ainda mais fundamental no cuidado com suas equipes. E cuidar de seus líderes, oferecendo também a eles os nutrientes e suporte que precisam para realizarem bem esse papel, deve ser uma prioridade para as organizações que desejam ultrapassar este período turbulento com sucesso.
Por onde podemos começar? O primeiro passo é ouvir seus colaboradores de forma frequente. Quais são suas dores e desafios? Em seguida, entender quais práticas e processos organizacionais tem um caráter mais de extração do que de regeneração. Como podemos mudá-los ou aprimorá-los? Lembre-se que este não é um movimento que ocorre da noite para o dia, e vai exigir planejamento e mudanças organizacionais. No entanto, o ingrediente principal para o sucesso da implementação dessas novas práticas é que a empresa esteja realmente comprometida com esta estratégia. O que podemos garantir é que todos saem ganhando nesse processo. Pessoas mais felizes, saudáveis, produtivas e que entregam resultados de qualidade para o sucesso da empresa.
Precisa de ajuda para melhorar as práticas de gestão de pessoas na sua empresa, escreve para gente!
Um abraço e até o próximo post =)