Certamente você já ouviu falar sobre a empatia, sua importância para as relações interpessoais dentro da empresa e até mesmo para que os profissionais desenvolvam soluções mais adequadas para os consumidores das marcas.
A empatia é, de fato, uma das principais habilidade socioemocionais dos profissionais do futuro, visto que, além de ser algo relevante por si só, ela é base para diversas outras habilidades que são valorizadas para o mundo do trabalho atual,
como a liderança, a inteligência emocional, a criatividade, a resolução de problemas, a orientação à experiência do colaborador ou consumidor, entre tantas outras. Essa habilidade também é base para aspectos como comunicação, segurança psicológica e a inclusão de grupos diversos dentro das organizações, fatores determinantes para o clima e diferenciais para as marcas empregadoras. Por isso, é muito provável que, em algum momento, você identifique que a empatia é algo que deve ser trabalhado com as pessoas da sua organização. Mas nem sempre esse desenvolvimento acontece de forma fácil.
É muito comum encontrarmos materiais que falam o quanto a empatia é importante e alguns até reforçam a ideia de que certas pessoas apresentam mais ou menos empatia do que outras. Pessoas de gênero feminino, por exemplo, são comumente vistas como mais empáticas e isso se torna uma verdade, inclusive gerando uma expectativa para que as pessoas desse gênero se comportem com extrema empatia quase que instantaneamente. No entanto, diferente do que ficou conhecido no senso comum, todos nós temos a capacidade de sermos empáticos e, assim como todas as habilidades emocionais, a prática de comportamentos empáticos é o que nos faz desenvolver essa habilidade. Deixa eu contar mais para você sobre o que é a empatia do ponto de vista da neurociência!
A empatia é a nossa capacidade de nos colocar no lugar do outro, compartilhando suas emoções e ponto de vista.
Isso é possível porque nosso cérebro possui a habilidade de reconhecer as ações e emoções de outras pessoas, um aspecto essencial para a nossa vida em sociedade. Os estudos de neurociência começaram a compreender melhor como esse fenômeno ocorre no cérebro a partir da descoberta de um conjunto de neurônios capaz de entender as ações de outras pessoas, conhecidos como neurônios espelho. Esse conjunto de neurônios é responsável por reconhecer as ações de outras pessoas e o contexto no qual elas estão inseridas, compreendendo a intenção por trás da ação. Para fazer esse reconhecimento, esses neurônios são ativados mesmo quando estamos apenas observando a ação e não realizando-a, permitindo o entendimento das atitudes e intenções das outras pessoas. Além disso, já foi descrito na literatura que, quando observamos as emoções de outras pessoas, ativamos em nosso cérebro as mesmas áreas que seriam ativadas se nós mesmos estivéssemos vivenciando tal emoção, sendo este mecanismo de simulação o responsável por compreendermos as emoções dos outros. Ou seja, quando vemos os comportamentos e emoções de outras pessoas, nosso cérebro é capaz de mimetizar esses fenômenos como forma de melhor compreender o outro e nos conectar a essas pessoas.
Ainda que esses circuitos existam no nosso cérebro, a verdade é que há muitos aspectos da nossa rotina que interferem na nossa capacidade empática. Para que sejamos empáticos, é essencial que tenhamos momentos de troca nos quais praticamos a escuta e nos permitimos conhecer mais sobre a vida das outras pessoas. Quando ganhamos mais repertório sobre o outro, ampliamos também a nossa percepção de mundo e, assim, temos uma maior capacidade de compreender a emoção das pessoas estejam elas próximas ou distantes de nós. Por isso, para desenvolver a habilidade empática, precisamos de tempo de qualidade para conhecer sobre a realidade, sentimentos e vivências de outras pessoas. E esse é um dos grandes desafios. Estamos inseridos em um mundo permeado pela sensação da urgência, o que prejudica esse tempo de qualidade. Além disso, muitas vezes permanecemos imersos apenas em nosso próprio círculo de contatos, restringindo nossa visão de mundo e nossas experiências aquilo que é familiar para nós. Agora, imagine: se isso já tem sido um desafio na nossa vida de modo geral, como desenvolver a empatia no ambiente de trabalho?
Na rotina de trabalho, há pouco espaço para esses momentos de troca diante do excesso de demandas, prazos apertados e agendas lotadas que grande parte dos profissionais vivenciam. Isso também se soma à visão, ainda muito comum, de que assuntos não relacionados ao ambiente de trabalho devem ser deixados de fora da nossa relação com nossos colegas. Dessa forma,
por mais que a empatia seja uma habilidade importante para os profissionais do futuro, a organização precisa fomentar práticas que favoreçam o seu desenvolvimento.
Esse é o ponto chave para garantir ambientes com segurança psicológica, diversos e inclusivos. Ao desenvolver de forma genuína a capacidade de compreensão dos comportamentos e emoções de outras pessoas, os colaboradores dessa organização irão ajudar a transformar o ambiente de trabalho, tornando-o mais acolhedor e sustentável para as relações, contribuindo para o bem-estar e performance dos times.
Portanto, para que a empatia seja uma constante dentro da organização, é preciso ter como objetivo o desenvolvimento dessa habilidade e promover ações que irão facilitar esse processo para os colaboradores. Essas ações podem englobar tanto o investimento em treinamentos, para líderes e equipes, que ensinam como ser empático na sua rotina, eventos que promovem a troca de experiências entre diferentes áreas da empresa e atividades de team building que irão proporcionar momentos de integração entre os colaboradores. Isso se torna ainda mais relevante se sua empresa investir em times diversos.
Para acolher os colaboradores que fazem parte de grupos minorizados e realmente colher os benefícios de um time diverso, o desenvolvimento da empatia é fundamental.
Sem essa habilidade, não é possível ter a inclusão desses grupos e a facilitação dos demais processos imprescindíveis para um ambiente no qual as pessoas realmente podem ser elas mesmas.
A empatia é uma habilidade que precisa ser desenvolvida e estimulada, principalmente frente aos desafios atuais das organizações. Pessoas que possuem a habilidade de empatia mais desenvolvida podem se tornar ótimos líderes, pois favorecem processos inovadores e colaborativos e criam ambientes mais propícios para receber grupos diversos. Se você quiser entender mais sobre como desenvolver essa habilidade socioemocional dentro das organizações, mande uma mensagem pra gente! :D
Até a próxima!
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