Líderes com alta IE projetam isso de forma eficiente para seus times, garantindo que atuem em projetos onde têm mais chance de serem bem-sucedidos.
Muito do que aprendemos em IE vem da nossa trajetória de vida e são aspectos desenvolvidos a partir de vivências às quais somos expostos.
Sabemos que líderes de alta performance apresentam altos níveis de Inteligência Emocional, mas e aqueles que almejam posições mais altas dentro das empresas, como podem fazer para desenvolver tais habilidades?
Ao longo de todos esses anos mentorando líderes, uma coisa que aprendi é o quanto valorizam o desenvolvimento de habilidades de Autogestão. Saber priorizar melhor suas atividades, gerir bem seu tempo e ter habilidades sociais sofisticadas, que permitam navegar entre os ambientes mais desafiadores, são pontos que comumente aparecem nas suas listas de objetivos. Ao iniciar um projeto de desenvolvimento de liderança, seja individual como é o caso da mentoria, ou em grupo como quando desenvolvemos as trilhas, gosto de deixar claro que esses são objetivos fundamentais para garantir uma boa performance de liderança, mas que não podemos alcançá-los sem antes investir em Autoconhecimento.
Tanto Autogestão, quanto Autoconhecimento, são dimensões da Inteligência Emocional (IE), um conjunto complexo de habilidades socioemocionais que vem ganhando cada vez mais relevância no ambiente de trabalho, principalmente entre os líderes. Sabemos que líderes de alta performance apresentam altos níveis de IE, mas e aqueles que almejam posições mais altas dentro das empresas, como podem fazer para desenvolver tais habilidades? O desafio aqui é que a IE não se trata de um constructo único. Ela é composta por diferentes dimensões, que por sua vez são compostas por diferentes habilidades. O desenvolvimento da IE é algo que se inicia com qualidade numa mentoria ou treinamentos, mas pode perdurar por muitos anos, conforme o profissional tem novas oportunidades de treinar suas habilidades e adquirir consciência de seu próprio comportamento.
Muito do que aprendemos em IE vem da nossa trajetória de vida e são aspectos desenvolvidos a partir de vivências às quais somos expostos. Mas, hoje, o conhecimento disponível a respeito desse conjunto de habilidades nos permite acelerar este desenvolvimento a partir de dinâmicas e práticas vivenciais. É importante dizer, que para ser eficiente, o desenvolvimento da IE não é algo que se resolve com uma palestra ou um dia de treinamento, tampouco será possível desenvolver a IE através de abordagens exclusivamente teóricas. É preciso tempo e motivação, uma vez que essa caminhada vai exigir mudanças de hábitos e a alteração cerebral de circuitos pré-estabelecidos.
Segundo o pesquisador Daniel Goleman, uma referência importante na área, a IE diz respeito a como lidamos com nós mesmos e aqueles ao nosso redor. Além das dimensões de Autoconhecimento e Autogestão, ambas associadas ao indivíduo, teríamos mais duas dimensões: Empatia e Destreza Social. Essas últimas, estariam mais associadas às nossas relações com o outro. Antes de explicar como elas estão relacionadas entre si, gostaria de explicar brevemente o que compõe cada uma dessas dimensões:
Autoconhecimento
Ser capaz de reconhecer suas próprias emoções e suas origens. O que te motiva, seus valores e propósito. Identificar com clareza os seus principais pontos fortes e fracos. Ou seja, tudo aquilo que diz respeito a quem você é e o que mobiliza seu comportamento de uma maneira positiva ou negativa.
Autogestão
Seria a habilidade de lidar de maneira satisfatória com emoções negativas disruptivas, evitando que elas prejudiquem ou atrapalhem sua vida, assim como ser capaz de gerir emoções positivas permitindo a cada um entrar em contato com aquilo que lhes motiva. Empatia
Ser capaz de reconhecer as emoções de outras pessoas e seus pontos de vista, evitando julgamentos e a imposição de soluções.
Destreza Social Diz respeito a capacidade de um indivíduo de aplicar o conjunto de habilidades de autoconhecimento, autogestão e empatia nas suas relações sociais de maneira eficiente, encontrando soluções adequadas para as suas necessidades e as dos outros.
E por que gosto de frisar em meus projetos que o autoconhecimento é a base para que a IE floresça? Pois quando sabemos o que nos motiva, quais são nossos pontos fortes e nossas vulnerabilidades, fica mais fácil escolher caminhos que nos coloquem em contato com aquilo que representa nossa maior potência, ao invés de ficar insistindo em atividades e rotinas que não fazem sentido, minam nossa performance ou, até mesmo, não nos agradam e podem gerar estresse e ansiedade. Além disso, ao reconhecer nossas emoções, temos a oportunidade de regular certos comportamentos, evitando ser pegos de surpresa em momentos mais desafiadores ou agir por impulso. Isso nos traz mais bem-estar e contribui para nossa performance, pois nos permite equilibrar os processos emocionais com os cognitivos de maneira mais eficiente. De maneira geral, podemos dizer que um bom Autoconhecimento favorece uma boa Autogestão que, por sua vez, irá impactar positivamente na nossa comunicação, tomada de decisão, flexibilidade e criatividade. Todos esses processos são fundamentais para o bom exercício da liderança.
Líderes com alta IE são capazes de cuidar melhor não só das suas próprias necessidades, mas também projetam isso de forma eficiente para seus times, garantindo que os colaboradores atuem em atividades e projetos onde têm mais chance de serem bem-sucedidos. Esses líderes priorizam a motivação como parte de sua estratégia de gestão, estimulando que seus colaboradores invistam em uma carreira mais significativa e atinjam seu potencial. Por terem uma boa capacidade empática, comumente nutrem um ambiente de maior segurança psicológica, favorecendo processos colaborativos, performance e a promoção de um ambiente mais saudável para todos.
E você, tem conseguido gerir bem as suas emoções, manter-se calmo durante os momentos de maior pressão? Tem sido capaz de se manter motivado, focado? Você se considera uma pessoa adaptável? Mais do que o QI, a partir do momento que iniciamos nossa jornada em um ambiente de trabalho, esses são os fatores que irão determinar seu sucesso, principalmente no exercício da liderança, onde nossas habilidades sociais são colocadas à prova continuamente.
Mas por onde começar? Já que estas são habilidades que podemos desenvolver, o primeiro passo a ser dado é escolher investir na sua IE e, para isso, será fundamental desenvolver a sua escuta empática. Colher feedbacks de pessoas próximas a você pode ser uma boa forma de saber por onde começar! Além disso, que tal dedicar alguns minutos do seu tempo para refletir sobre as seguintes perguntas: O que te motiva? Quais seus sonhos? Quais são seus valores, aquilo que é mais importante para você? Tem algo que te limita? É possível mudar isso?
Reflita sobre quem você é, invista no seu autoconhecimento e comece hoje mesmo a fazer escolhas mais sinérgicas com esta visão. Você não vai se arrepender!
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Até a próxima =)