Cientistas descobriram que o estresse pode ser literalmente “transmitido” de uma pessoa para a outra, sendo capaz de provocar mudanças no funcionamento do nosso cérebro
Isso acontece por um fenômeno chamado de Contágio Emocional
Agora imagine como tudo isso ocorre nos ambientes corporativos? Ao saber mais sobre as bases fisiológicas do nosso comportamento, somos capazes de desenvolver estratégias mais eficientes para resguardar a saúde mental e física das nossas equipes.
Convenhamos, ninguém gosta de ficar perto de pessoas emburradas, chateadas ou irritadas. O que acontece é que de fato, as emoções negativas dessas pessoas acabam nos afetando, como se de alguma maneira, mesmo sem saber o que está acontecendo, fossemos capazes de “viver” a emoção do outro. Isso acontece por um fenômeno chamado de Contágio Emocional, que influencia fortemente aspectos ligados ao clima de uma organização, por exemplo. Da mesma maneira, quando convivemos com alguém que frequentemente está estressado - ou que vive sob estresse crônico - acabamos absorvendo parte das emoções negativas vividas por essa pessoa, e é quase como se nós mesmos ficássemos estressados apenas de ver o que acontece com o outro! Isso tudo parece óbvio, mas um estudo da University of Calgary mostrou que esta resposta é na verdade muito mais impactante do que esperávamos! O que os cientistas descobriram foi que o estresse pode ser literalmente “transmitido” de uma pessoa para a outra, sendo capaz de provocar mudanças no funcionamento do nosso cérebro da mesma forma que um estressor real seria capaz de fazer! Este resultado é muito relevante, pois estamos falando de mudanças reais na fisiologia e estrutura do cérebro daquelas pessoas que simplesmente convivem com outras que estão sob estresse. O estudo foi desenvolvido com modelos animais (camundongos) e mostrou que tanto para aqueles animais sob efeito de estresse real, quanto para seus pares (animais não estressados mas que convivem com aqueles sob estresse) haviam alterações importantes na atividade dos neurônios CRH. Estes neurônios são fundamentais para a resposta de estresse, pois são responsáveis pela ativação da cascata que libera o hormônio cortisol – conhecido como o hormônio do estresse. Uma informação interessante é que no estudo, esses efeitos foram revertidos nas fêmeas após interação social com animais não estressados, enquanto que para os machos a reação indireta ao estresse era mantida. De acordo com o estudo, a ativação dos neurônios CRH é capaz de disparar uma “resposta de alarme” que é percebida pelos outros animais que convivem com o que está sendo estressado. Ainda que os testes tenham sido conduzidos em modelos animais, existem evidências de mecanismos parecidos em humanos - alguns sintomas de estresse podem ser identificados nos familiares de pacientes que sofrem de Estresse Pós-Traumático (PTSD). Estes mecanismos de contágio seriam fundamentais para nossa habilidade de compreender o estado emocional do outro e com isso permitir a criação de vínculos sociais e até mesmo a resposta de empatia. O que este estudo em particular mostra é que as interações sociais estão intimamente relacionadas com a resposta de estresse, e que seus efeitos podem trazer consequências a longo prazo. Agora imagine como tudo isso ocorre nos ambientes corporativos? Ao saber mais sobre as bases fisiológicas do nosso comportamento, somos capazes de desenvolver estratégias mais eficientes para resguardar a saúde mental e física das nossas equipes. Isso garante não apenas mais qualidade de vida para os colaboradores, mas também, uma maior eficiência no trabalho, além do impacto no clima e cultura da organização. Gostou? Então segue acompanhando a gente por aqui, que pouco a pouco vamos te ajudar a compreender mais sobre o comportamento das pessoas! Um abraço e até o próximo post!
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