Entregando autonomia as lideranças podem contar com uma equipe mais engajada.
Como encontrar um equilíbrio entre a qualidade e a quantidade de horas dedicadas?
Vocês já perceberam que comumente as empresas buscam (e muitas vezes já utilizam) indicadores pautados em produtividade, porém, seguem com uma dinâmica rígida de controle de horas?
Flexibilidade, horário núcleo, part time, home office, são todos termos muito bonitos e que já ouvimos falar, porém na prática a teoria é outra. Isso acontece, pois, toda mudança exige muito de nós, principalmente as mudanças que dependem de uma verdadeira transformação cultural.
Com uma cultura que ainda se baseia fortemente nos modelos industriais, o controle pautado no tempo segue sen do a principal referência. Quanto tempo você trabalhou hoje? Bateu o ponto? Tem banco de horas? Todas perguntas comuns de serem ouvidas, mas, enquanto seguimos no controle dos minutos, porque será que algumas empresas mais vanguardistas como a Netflix simplesmente estão abolindo o controle de horas?
De acordo com Patty Mccord, ex-líder de talentos da empresa de streaming e autor do livro Powerful: Building a Culture of Freedom and Responsibility, as práticas tradicionais de RH sempre foram baseadas na premissa de que a maioria das pessoas precisa receber incentivos externos para que realmente deem o melhor de si, e mais, que precisam ter constantemente alguém que as diga o que fazer. Sabiamente, a empresa percebeu que as “melhores práticas” desenvolvidas sobre esta ótica acabavam sendo, na verdade, contraproducentes. Isso acontece porque tais práticas tiram a autonomia das pessoas, o que dificulta seu engajamento e a motivação necessária para que as coisas realmente aconteçam.
Seguindo os valores de liberdade e responsabilidade pregados, a Netflix decidiu oferecer aos seus colaboradores as opções de férias ilimitadas e de fazer seus próprios horários. Essa iniciativa, deu aos colaboradores total liberdade para organizarem e desenvolverem suas atividades da maneira que achassem melhor, conciliando outros interesses sem abrir mão da entrega através de indicadores de produtividade. Com essa inciativa, a empresa garantiu que houvesse maior autonomia para suas equipes, um processo já conhecido por ser capaz de aumentar a motivação no ambiente de trabalho. O próprio conteúdo disponibilizado pela empresa (aqui) destaca a autonomia como sendo um processo chave em sua cultura, capaz de contribuir para a criação de um ciclo virtuoso que ao aumentar o engajamento do colaborador, favorece sua performance, o que por sua vez reforça a autonomia e a confiança no trabalho desenvolvido, permitindo a empresa alcançar resultados excepcionais.
Parece uma iniciativa extrema? Façamos uma reflexão: Se você fosse capaz de realizar um excelente trabalho, de maneira focada e com esmero, e dessa forma “sobrasse” um tempinho livre, o que faria? Voltaria ao trabalho ou aproveitaria para cuidar de sua saúde, passar um tempo com a família ou, quem sabe, até descansar? Isso tudo pode até parecer perda de tempo, mas, na verdade, não é.
A lógica de se medir a eficiência do trabalho com base na carga horária dedicada pelo colaborador assume um modelo onde quanto mais tempo disponível, maior será a entrega do colaborador. Em parte, podemos dizer que isso é verdade, porém, hoje, já sabemos que essa relação não é exatamente linear. Na verdade, os estudos têm mostrado que ao ter mais tempo livre, o colaborador se torna mais eficiente e, com isso, consegue entregar mais e melhor, com menos tempo. Vejam que, para dar certo o modelo baseado em produtividade, é importante deixarmos de lado a expectativa de que se o trabalho estava pronto às 16h, o colaborador pode se esforçar e fazer um pouco mais até às 18 ou 19h.
Para ter uma empresa focada em produtividade, os aspectos de flexibilidade são fundamentais, pois agregam autonomia. Essa autonomia, permite ao colaborador, encontrar a melhor forma de conciliar atividades pessoais com a dinâmica de trabalho. Em conjunto, essas ações trazem maior qualidade de vida, flexibilidade cognitiva, criatividade, melhores relacionamentos e menor estresse. Esses fatores ajudam a reduzir o absenteísmo, o presenteísmo e melhoram a produtividade e o engajamento da sua equipe.
Ao invés de manter um colaborador desengajado por horas dentro do escritório, que tal mudar a sua gestão e tornar sua equipe mais focada e engajada? Continue nos acompanhando e saiba cada vez mais a respeito do nosso comportamento no ambiente de trabalho. 😉
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